Um pequeno
percentual das gestantes desenvolve temperature corporal elevada durante o parto.
Isso é um pouco mais comum nas mulheres parindo o primeiro filho e também em
trabalhos de parto prolongados na presença de anestesia peridural. Diversas
pesquisas têm demonstrado que é muito pouco provável que o aumento na
temperatura represente, de fato, infecção na mãe ou no bebê. No entanto, em
alguns casos, os pediatras podem realizar exames de sangue no recém-nascido para
descartar a possibilidade de infecção. Cabe ressaltar que a maioria das
parturientes não desenvolve febre durante o trabalho de parto com ou sem
anestesia peridural. Caso ocorra, é mais comum nas mulheres que recebem
analgesia peridural. Os dados mais recentes mostram que a elevação na
temperatura ocorre em 24% das mulheres tendo o primeiro bebê sob analgesia
peridural comparado com 5% naquelas sem peridural. Não há diferença nas
incidências de febre nos partos subsequentes ao primeiro filho.
O mecanismo
responsável pelo aumento da temperature materna é desconhecido. O mesmo pode ser
relacionado com a maneira como o calor corporal é gerado e distribuido ao longo
do trabalho de parto. Durante o parto doloroso, as gestantes tendem a respirar
rapidamente e isso pode permitir que o calor se dissipe do corpo. Uma vez que o
alívio da dor seja alcançado através da anestesia, o ritmo da respiração tende a
diminuir e isso pode, eventualmente, gerar elevação da temperature devido à
retenção de calor.
Referências:
ACOG (American
College Of Obstetricians and Gynecologists) Practice Bulletin on Obstetric
Analgesia and Anesthesia. July 2002;36:177-191.
Philip J, Alaxander
JM, Sharma K, Leveno KJ, McIntire DD, Wiley J. Epidural analgesia during labor
and maternal fever. Anesthesiology
1999;90:1271-5.
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